Projetos sustentáveis de servidoras do Campus São João Evangelista são classificados para apresentação no InovEPT 2025
Os projetos estão sendo apresentados no eixo de Sustentabilidade durante o III Encontro Nacional de Inovação e Empreendedorismo na Educação Profissional e Tecnológica (InovEPT), que ocorrerá de 10 a 12 de junho, no Instituto Federal de Brasília.
O IFMG - Campus São João Evangelista está representado no III Encontro Nacional de Inovação e Empreendedorismo na Educação Profissional e Tecnológica (InovEPT) na edição de 2025. Os projetos selecionados foram: Cães no IFMG: do voluntariado à institucionalização (Programa Conta CÃOmigo), idealizado pela médica veterinária Clarice Silva Cesário, e Êxitos e desafios para promover sustentabilidade com comunidades de agricultores indígenas e quilombolas com pesquisa participativa, desenvolvido pela professora Fernanda Ayaviri Matuk Van Maurik.
Sobre a InovEPT
O III Encontro Nacional de Inovação e Empreendedorismo na Educação Profissional e Tecnológica (InovEPT) será realizado de 10 a 12 de junho, no Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de Brasília, localizado na Asa Norte, em Brasília/DF. O evento é organizado pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) do Ministério da Educação (MEC).
O InovEPT tem como objetivos promover o diálogo entre gestores, lideranças e pesquisadores sobre os principais direcionadores para o fortalecimento de um ecossistema de inovação na Educação Profissional e Tecnológica (EPT). Nesse sentido, o evento reunirá especialistas, gestores, pesquisadores em torno de debates, oficinas e apresentações que destacam práticas inovadoras, iniciativas sustentáveis e educação empreendedora, promovendo a integração entre educação, tecnologia e desenvolvimento social.
Projeto Cães no IFMG: do voluntariado à institucionalização (Programa Conta CÃOmigo)
Um projeto pioneiro no IFMG Campus Bambuí, que atua no manejo e controle populacional de cães abandonados, está em fase de transição para se tornar um programa institucional replicado em outros campi. A iniciativa surgiu em 2018, quando o campus enfrentava problemas com cerca de 80 cães, incluindo ninhadas não controladas, gerando riscos à saúde pública, ataques a animais silvestres e conflitos com a comunidade acadêmica.
Desde então, o projeto obteve importantes conquistas, como a redução populacional dos animais por meio de adoções responsáveis, cuidados veterinários (incluindo castração e vacinação) e alimentação controlada. Uma inovação foi a implementação de um aplicativo para monitorar a saúde, doenças e comportamento dos cães, garantindo um acompanhamento mais eficiente. Para manter as ações, são realizadas campanhas trimestrais de arrecadação de ração e recursos financeiros.
Os resultados já são visíveis: melhorou-se a convivência no campus, protegeu-se a fauna local e criou-se um modelo bem-sucedido que agora servirá de base para expansão em outras unidades do IFMG. O projeto demonstra como a gestão humanizada de animais abandonados pode trazer benefícios tanto para o ambiente universitário quanto para o ecossistema.
Expansão para Outros Campi
O modelo de Bambuí pode ser levado a outras unidades do IFMG, já que a superpopulação de cães abandonados é comum em vários campi. Segundo a idealizadora do programa, Clarice Silva, o programa funciona como um “guarda-chuva", abordando questões indiretamente relacionadas, como saúde pública, bem-estar animal e convivência harmoniosa no ambiente acadêmico.
A iniciativa começou com a chegada do curso de Medicina Veterinária ao campus Bambuí e ganhou força com a mobilização de voluntários. Hoje, serve como referência para gestão humanizada de animais abandonados em instituições de ensino.
Projeto Êxitos e desafios para promover sustentabilidade com comunidades de agricultores indígenas e quilombolas com pesquisa participativa
O projeto consiste em um trabalho colaborativo que está construindo pontes entre o conhecimento acadêmico e os saberes ancestrais de indígenas Pataxó e comunidades quilombolas para enfrentar problemas socioeconômicos e ambientais. A iniciativa, que combina agroecologia e agricultura sintrópica, nasceu da necessidade de criar soluções sustentáveis que respeitem e valorizem as práticas tradicionais desses povos.
Fernanda Ayaviri Matuk Van Maurik, pesquisadora responsável, com experiência prévia em projetos com agricultores familiares e assentados do MST, destaca os desafios especiais de trabalhar com esses grupos. "Não se trata apenas de trocar conhecimentos. É preciso estabelecer relações horizontais, abandonar pré-conceitos acadêmicos e construir confiança", explica. Ela relata como foi fundamental participar de eventos comunitários, adaptar a linguagem técnica e, sobretudo, ouvir atentamente as demandas reais dessas populações.
Atualmente, o trabalho busca não apenas resolver problemas imediatos, mas evitar que essas populações abandonem suas práticas tradicionais por falta de apoio. A pesquisadora ainda ponta que quando as comunidades perdem seus modos de vida sustentáveis, todas as pessoas acabam perdendo.
O projeto representa um modelo inovador de cooperação, onde ciência e saberes tradicionais se complementam para criar soluções reais - e onde o respeito às culturas locais se mostra tão importante quanto os resultados técnicos.
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