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Professor da UNESP e do IFMG visitam fazendas históricas da região em pesquisa de campo

Publicado: Terça, 02 de Agosto de 2016, 10h43 | Última atualização em Terça, 02 de Agosto de 2016, 10h52

O professor do curso de arquitetura da UNESP, campus Bauru (SP), Dr. Vladimir Benincasa, visitou três fazendas do Centro Nordeste Mineiro, em parceria com o professor de sociologia do IFMG, campus São João Evangelista, Me. Isaac Cassemiro Ribeiro.

Benincasa vem estudando desde seu mestrado (1998) e doutorado (2008), velhas fazendas paulistas, dentre elas, aquelas fundadas por mineiros em território bandeirante, tema que aprofundou no pós-doutorado. A visita de campo à região atende às atividades previstas em pesquisa intitulada: “Análise comparativa entre fazendas de gado mineiras e paulistas: séculos XVIII e XIX”, um estudo sobre fazendas congêneres mineiras e paulistas, que o autor pretende lançar em livro, brevemente.

Já o professor Isaac Cassemiro desenvolve pesquisas sobre fazendas mineiras desde seu mestrado (2014), que se desdobraram no doutorado, em andamento. É coordenador do Grupo de Pesquisas em História Regional e Desenvolvimento (GEHRD-IFMG/SJE), no qual estão sendo desenvolvidos dois projetos, um de pesquisa e outro de extensão, sob sua coordenação, respectivamente intitulados: “Cultura Material e Habitações no Centro Nordeste Mineiro: um levantamento das casas centenárias como subsídio para o fortalecimento da identidade regional e das políticas de defesa do patrimônio cultural” e “Desenvolvimento Regional e Municipalização das Políticas de Preservação Cultural: a criação de um website de consultorias em patrimônio para o Centro Nordeste Mineiro”.

As vistas foram realizadas entre os dias 25 e 27 de Julho, integrando o plano de trabalho das pesquisas desenvolvidas por cada um dos professores.

No dia 25 de Julho, os pesquisadores visitaram, no município de Guanhães, a sede da antiga fazenda do Candonga, na aldeia Mirueira, da etnia Pataxó. Os professores foram cordialmente recepcionados pelos indígenas, dentre eles o líder da tribo, José Mariano Ferreira da Silva (Paxohãn) e seu filho, Josiel dos Santos Silva (Kohoy).  

Segundo informações do professor Innocente Soares Leão, a fazenda do Candonga começou a ser formada a partir de 1824, sofrendo grande impulso com a fundação, no ano de 1837, da companhia inglesa de mineração: “The Candonga Gold Co. Limited”. A atividade mineradora na fazenda foi responsável pela vinda de centenas de pessoas para região, incrementando o povoado do arraial que se tornaria a atual cidade de Guanhães.

Os pesquisadores lamentam o lastimável estado de degradação em que se encontram as estruturas arquitetônicas da antiga sede da fazenda do Candonga, negligenciada pelos órgãos públicos competentes.

 

imagem1Sede da antiga Fazenda do Candonga: o prof. Dr. Wladimir Benincasa (UNESP) e o prof. Me. Isaac Cassemiro (IFMG)

 

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Aldeia Mirueira: da esquerda para direita, Vladimir, Isaac e Josiel

 

No dia 26 de Julho, a equipe formada pelo prof. Vladimir, o prof. Isaac, o assistente de pesquisa João Batista Paschoalotti e o bolsista Marcus Vinícius da Silva, visitou, no município de São João Evangelista, a fazenda Mundo Novo, onde foram atenciosamente recepcionados por Walter Evangelista dos Santos Filho.
Segundo Dermeval José Pimenta, a fazenda Mundo Novo foi construída antes mesmo da fundação de São João Evangelista. Formada na década de 1830, por Manoel Neto da Silva, genro do capitão Ildefonso da Rocha Freitas, fundador do município. A fazenda primeiramente se chamou Bom Jardim, assim como o córrego que tem suas nascentes nas proximidades. Adquirida pelo coronel Cornélio José Pimenta, em 1887, passou a ser denominada fazenda das Casuarinas. Quase um século depois, em 1986, foi comprada por seu atual proprietário, Walter Evangelista dos Santos, quando recebeu o nome de fazenda Mundo Novo. A sede da fazenda encontra-se em ótimo estado de conservação, e os proprietários, pai e filho, cientes de seu valor cultural, primam por sua manutenção.

 

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 Fazenda Mundo Novo: da esquerda para direita, Marcus Vinícios, João Batista, Isaac Cassemiro e Walter Filho

 

No dia 27 de Julho, os professores visitaram, em Gororós, distrito do município de Dom Joaquim, próximo à Alvorada de Minas e Serro, a fazenda Ribeirão. Fundada ainda no século XVIII, nas proximidades do Ribeirão dos Peixes, a fazenda é um dos mais importantes exemplares da arquitetura rural mineira. Construída em diversos níveis, e com um grande engenho real (movido à água) acoplado à sede, impressiona por sua grandiosidade e volumetria. Seu proprietário, Hailê Nunes da Silva, recebeu primorosamente os pesquisadores, relatando diversas histórias sobre a antiga fazenda. A sede encontra-se em excelente estado de conservação, e, recentemente, foi cenário do filme “Vazante”, da cineasta Daniela Thomas, parceira de Walter Salles (Central do Brasil / 1998). O filme abordará as violentas relações entre raça e gênero no Brasil Colônia.

 

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Fazenda Ribeirão: cenário do filme “Vazante”, da cineasta Daniela Thomas

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Fazenda Ribeirão: João Batista e o Sr. Hailê Nunes

 

 

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